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Blog de partilha de opiniões de livros. E mais umas coisas...

A Gorda, de Isabela Figueiredo (2016)

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Resumo:

Maria Luísa, a heroína deste romance, é uma bela rapariga, inteligente, boa aluna, voluntariosa e com uma forte personalidade. Mas é gorda. E isto, esta característica física, incomoda-a de tal modo que coloca tudo o resto em causa. Na adolescência sofre, e aguenta em silêncio, as piadas e os insultos dos colegas, fica esquecida, ao lado da mais feia das suas colegas, no baile dos finalistas do colégio. Mas não desiste, não se verga, e vai em frente, gorda, à procura de uma vida que valha a pena viver. 

 

Opinião:

No geral não gostei muito do livro. A história está muito bem escrita, sente-se bem os sentimentos da personagem principal, Luísa, mas em cada capítulo a história repete-se, volta-se à Luísa que voltou de África, para estudar, até ser adulta. Senti que se repetia e repetia… Que estava a ser exaustivo. Comecei muito bem, comecei a gostar, mas ao fim de dois ou três capítulos já estava a ser duro. Custou a terminar por isso mesmo. 

O tema é importante, o amor próprio, eu mesma sempre tive algum excesso de peso até há uns anos atrás, também me custa a gostar de mim, mas não achei que este livro ajudasse muito ou adicionasse algo de novo. 

Não recomendo…

 

Classificação: 2 / 5

 

Focaccia de Cebola Caramelizada, uma excelente entrada

Hoje trago-vos uma receita que eu já queria ter feito há muito tempo: uma focaccia. E, ao ver do programa do chef Henrique Sá Pessoa, achei que esta é que não iria falhar. 

E realmente ficou uma focaccia perfeita e muito gulosa! 

É uma focaccia que é, obviamente, ótima quentinha mas também não desilude nada depois de arrefecer. Dêem uma oportunidade, vão ver que não ficar desiludidos. E a massa é ótima de trabalhar. 

 

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 Vamos então à receita:

Ingredientes para a massa:

  • 300ml de água morna
  • 7g de fermento de padeiro seco
  • 500g de farinha
  • 25g de açúcar
  • 150ml de azeite
  • Sal q.b.

 

Modo de preparação:

  1. Comece por colocar em 300ml de água morna 7 gramas de fermento de padeiro seco.
  2. Numa taça, junte 500g de farinha e 25g de açúcar.
  3. Numa batedeira, coloque a farinha com o açúcar e na velocidade mínima junte, gradualmente, a água morna com o fermento
  4. Assim que a massa estiver homogênea, troque a vara da batedeira para uma de massa e junte gradualmente 150ml de azeite, bata de 1 a 2 minutos.
  5. De seguida, tempere com sal q.b e bata por mais 6 ou 7 minutos.
  6. Assim que a massa estiver pronta, coloque numa frigideira untada com azeite e tape com película.
  7. Deixe a massa descansar de 45 minutos a 1 hora.

Nota: em vez de batedeira, também pode bater à mão, como se de pão se tratasse. 

 

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Ingredientes para a cebola caramelizada:

  • 1 cebola
  • 2 ou 3 c. sopa de azeite
  • 2 c. chá de açúcar

 

Modo de preparação:

  1. Corte 1 cebola e coloque numa frigideira com 2 ou 3 c. de sopa de azeite.
  2. Adicione 2 c. de chá de açúcar e deixe caramelizar.

 

Para a montagem, são necessários os seguintes ingredientes:

  • 2 dentes de alho
  • Azeite q.b.
  • Tomates cereja q.b.
  • 1 ramo de alecrim
  • Flor de sal q.b.
  • Tomilho

 

Modo de preparação final:

  1. Numa frigideira aqueça 2 dentes de alho com azeite q.b para regar a focaccia.
  2. Espalme a massa e coloque dentro, tomates cereja q.b cortados ao meio, a cebola caramelizada, 1 c. de sopa de folhas de alecrim picadas, tomilho q.b, o azeite aquecido com o alho e flor de sal q.b. Deixe repousar de 15 a 20 minutos.
  3. Leve ao forno, de seguida, a 180º de 30 a 35 minutos.

 

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Só de ver estas fotografias, já estou com vontade de fazer de novo.

Bom apetite! 

Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas, de Afonso Cruz (2013)

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É o segundo livro de Afonso Cruz que eu leio e estou a ficar rendida a este autor. 

Este romance conta a história de Fazal Elahi, que vive no Oriente e que tem uma fábrica de tapetes, e da sua família: a sua mulher Bibi, o seu filho Salim, o seu primo mudo Badini e a sua irmã Aminah. Infelizmente algumas tragédias assombram esta família, como o desaparecimento de Bibi, depois de Salim, mas depois existe alguma esperança quando surge Isa, que Fazal adopta. 

A história está muito bem escrita, tem passagens muito bonitas, faz-nos apaixonar por esta família, pelos seus costumes. É curioso também de ver a relação desta família com outros personagens da sua localidade, as paixões e as zangas. 

O que mais me interessou neste livro vai para além da história em si, do enredo. O que me apaixonou foram mesmo as palavras de Afonso Cruz, da beleza do livro. 

Recomendo muito. 

 

Classificação: 4 / 5

Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley (1932)

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Demorei a escrever uma opinião sobre este livro. Tentei digerir e perceber o que a história me dizia. 

Este livro passa-se em Londres, em 2540, e antecipa como seria a sociedade depois de desenvolvimentos em tecnologia reprodutiva e mental e como os próprios seres humanos são desumanizados. Trata-se de uma utopia, tal como o livro 1984. 

Os seres humanos passam a ser reproduzidos em laboratório e são todos catalogados dependendo da sua inteligência, toda ela previamente manipulada. Não existe, neste sociedade super civilizada, reprodução entre um homem e uma mulher.  

O interessante é que continuam a existir outras sociedades, fora de Londres, onde existem pessoas com mãe e pai, inclusive John, descendente de Linda, que antes vivia no mundo civilizado. É curioso de ver a interação entre ambas as sociedades e as diferentes visões. 

 

Gostei do livro, é mais um clássico da literatura do século XX, mas sinto que seja mais uma crítica à sociedade do que crítica política - como é indicado no prefácio do livro em Português.

A leitura é simples, portanto para quem tem curiosidade, recomendo. 

 

Classificação: 4 / 5

A Outra Metade, de Brit Bennett (2021)

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Este livro conta a história de duas gémeas negras mas com a tez da pele já bastante clara, Desiree e Stella, que viviam numa pequena aldeia dos Estados Unidos, Mallard.

Aos 16 anos, vendo-se forçadas a deixar de estudar para trabalhar, decidiram fugir de casa e da aldeia para procurar uma vida melhor.

Mas Stella decide fugir da irmã e viver uma segunda vida, como branca. Torna-se uma vida cheia de mentiras, para o seu marido e para a filha de ambos, que nasce mais tarde.

Também Desiree segue a sua vida, casa-se com um negro de quem têm uma filha que não tem nada a ver com a mãe, mas ambas fogem de novo para a aldeia de Mallard, devido à violência que sofrem.

 

A história roda então à volta de cada uma das filhas das gémeas, que não têm nada a ver uma com a outra, e das vidas separadas das irmãs.

Gostei muito do livro, fala sobre as questões raciais, das separações que existiam na altura e do racismo, e a história está muito bem contada. Sentimos muito as personagens, conseguimos perfeitamente visualiza-las e adoro quando os livros permitem tanta imaginação.

A história também tem um ótimo ritmo, mantém-nos muito e não conseguimos parar de ler.

 

Classificação: 5 / 5

 

Causa Própria (2022)

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Uma série portuguesa, produzida pela RTP, que merece todo o meu aplauso. Que série fantástica, com planos muito bons e onde são captado todos os sentimentos.

Esta série policial roda à volta da investigação da morte de André, um adolescente de 17 anos, numa vila pacata de Portugal. Os investigadores são Inspector Mário (Nuno Lopes) e Inspectora Maria (Catarina Wallenstein, que faz um papelão fantástico) e inicialmente apontam as suas suspeitas para três miúdos que estudam com o André. 

O caso é depois levado a tribunal, onde está presente a Juíza Ana - papel desempenhado pela Margarida Vila-Nova que também é fantástica - e são chamados a testemunhar vários outros colegas de André, incluindo o filho da juíza, David - papel dado a Afonso Laginha, que faz, sem dúvida, o melhor papel da série - mas que faz falso testemunho. 

Como vêm, existem vários plot twists, mas esta série de 7 episódios foi das melhores que vi produzida por Portugal! Está disponível na RTP Play, gratuitamente, portanto vão ver que vale muito a pena. 

 

Classificação: 10 / 10

 

Tarteletes de morango para o fim de semana

Esta semana experimentei uma receita que vi no 24 Kitchen, feita pela Joana Barrios. Achei que tinha um ótimo aspecto, fiz umas ligeiras adaptações e realmente não desfraldou. 

A proposta inicial da Joana Barrios encontra-se aqui e era uma tartelete de framboesas. Mas as framboesas não são do agrado geral cá em casa, então alterei para morango.

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Fiz também mais uma adaptação, portanto seguiremos para a receita:

 

Massa

Ingredientes: 

  • 100 g de açúcar em pó
  • 300 g de farinha
  • 150 g de manteiga
  • 2 gemas
  • 20 g de leite
  • Sal q.b.

 

Modo de preparação:

  1. Amasse todos os ingredientes (a manteiga apenas amolecida à temperatura ambiente) até obter uma massa macia.
  2. Forme uma bola com a massa e deixe-a repousar durante cerca de 30 a 45 minutos.
  3. Polvilhe uma bancada com farinha e estenda até obter um circulo grande com 0,5cm de grossura. 
  4. Coloque numa tarteira de fundo amovível e leve ao forno a 180º durante 20-25min. 

 

Recheio

Ingredientes:

  • 1/2 L de leite meio gordo
  • Raspa de 1 limão
  • 4 gemas
  • 125g de açúcar (podem roubar um bocadinho)
  • 40g de farinha de trigo

 

Modo de preparação:

  1. Comece por aquecer o leite num tacho com a raspa do limão
  2. Numa taça à parte, bata as gemas com o açúcar.
  3. Depois adicione a farinha peneirada às gemas e açúcar e misture. 
  4. Quando o leite estiver quente, adicione pouco a pouco à mistura das gemas e misture. 
  5. Volte a colocar toda a mistura dentro do tacho e deixe cozinhar até engrossar na textura pretendida. 
  6. No fim, é só deixar arrefecer e colocar por cima da base. 

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Quando tudo tiver arrefecido, coloque os morango por cima da tarte! 

O recheio da tarte ficou um pouco liquído, portanto não estranhe que, ao cortar a primeira fatia, fique a babar um pouco do resto do bolo. Coloque no frigorífico um pouco que ajuda! 

 

Bom apetite! 

 

Vozes de Chernobyl, de Svetlana Alexievich (1997)

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Este livro tinha-me sido recomendado pela minha irmã e também em um comentário deste blog, e tinham toda a razão em recomendar. Este livro consiste em testemunhos de pessoas que viveram a tragédia de Chernobyl. A escritora, Svetlana Alexievich, transcreveu as entrevistas de maneira fantástica, cheia de emoção. O problema deste livro é que é 100% real, tudo o que ali lemos, passou-se mesmo. E é terrível… Senti, a dada altura, desejo de terminar o livro para acabar aquele sofrimento, mas vontade de ler mais para perceber o que se passou. Foi um terror e ainda é. Ainda hoje pessoas sentem as repercussões deste enorme acidente, seja nos cancros, seja nas imperfeições dos descendentes.

Eu pouco ou nada sabia do acidente, mas depois de ler este livro fiquei com vontade de perceber melhor e senti muita revolta em tudo o que se passou na União Soviética (actualmente Ucrânia) e na Guerra Fria. Simplesmente parece que é um povo que não pára de sofrer, como ainda hoje vemos nas notícias… 

 

A escritora ganhou o Prémio Nobel de Literatura em 2015, tem mais 4 livros deste género e estou com vontade de ler todos. Fabuloso! 

Recomendo. 

 

Classificação: 5 / 5

 

Às De Espadas, de Faridah Àbíké-Íyímídé (2021)

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Que livro! 

Decidi ler este livro porque via muitas páginas de Instagram dedicadas à leitura a falar deste livro. Quando li o resumo, achei que seria um livro de adolescentes e que eu não seria o público alvo. No entanto, e olhando para a pontuação que tem no GoodReads, decidi apostar - as pessoas devem ter razão. 

Comecei a leitura num sábado de manhã e devorei logo uma data de páginas. No início era mesmo uma história de adolescentes, numa secundária privada. Os protagonistas são negros, Chiamaka e Devon, únicos negros na escola, mas ambos com imenso sucesso escolar e com futuros promissores. 

No entanto, aparece uma personagem, o Ases, que envia mensagens anónimas a contar alguns dos piores segredos de ambos os protagonistas. Começam também a perder as suas amizades e começam a fazer de tudo para descobrir quem é o culpado por trás do Ases. 

Ao longo das páginas, conseguimos torcer a 100% pela Chiamaka e Devon, sendo que nenhum deles são os clássicos protagonistas bonzinhos, mas é impossível ficar indiferente a todo o racismo que eles estão a sofrer. 

O mistério, no fim revelado, é de uma injusta imensa e, apesar de ser sempre uma história para jovens adultas, está super bem contada, a escritora tornou a narrativa perfeita, sempre com vontade de ler mais e de perceber que raio se passa naquela escola privada onde os nossos alunos andam. 

 

A história não é baseada em factos reais, é tudo fruto da imaginação de Faridah, mas é um exagero daquilo que ela sente quando se muda para a universidade, onde passa dias sem ver uma outra pessoa negra. É uma excelente chamada de atenção aos nossos jovens e de mudar mentalidades racistas. 

Recomendo a 100%, a jovens adultos e a graúdos. 

 

Classificação: 5 / 5

 

007: No Time To Die (2021)

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Tinha este filme para ver na lista para ver em casal, porque, confesso desde já, não sou fã deste tipo de filmes nem de 007. Nunca vi nenhum dos anteriores do início ao fim, mas neste lá fiz a vontade.

Surpresa a minha quando até foi um filme que entreteve bastante, a história puxou, os cenários são fantásticos (grande maioria na Noruega e Itália), e a história, apesar de ter muita ligação com episódios passados, deu para perceber o enredo todo. 

Este episódio relata uma ameaça de um virus que pode matar toda a população em minutos, no entanto permite introduzir o ADN apenas da pessoa alvo que se quer matar. 

 

O filme está engraçado, acho que vale a pena ver, caso gostem um pouco de filmes de ação. 

 

Classificação: 6 / 10 

 

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