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Blog de partilha de opiniões de livros. E mais umas coisas...

Annette (2021)

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Annette é um musical e eu tinha alguma expectativa para ver por ter o Adam Driver que eu acho fantástico. Logo à cabeça admito não gostar muito de musicais, mas, por exemplo, gostei bastante do La La Land. 

Começando por explicar um pouco o enredo, trata-se de um casal, Henry e Ann, ele comediante, ela cantora, que se apaixonam profundamente e têm uma filha, Annette. No entanto, Henry é bastante agressivo e acaba mesmo por matar Ann, ficando sozinho com Annette. No entanto, Ann, por vingança, deixa a sua voz a Annette. Henry aproveita-se depois do dom de Annette e anda com ela pelo mundo em vários espectáculos. 

Ora, o que eu não gostei do filme é que tudo mas tudo é cantando. Não há quase nenhuma fala, apenas canções. E isso deixa-me bastante pé atrás e não consegui gostar do filme por isso. 

 

Recomendo a quem gosta mesmo bastante de musicais. 

 

Classificação: 3 / 10

 

As Doenças do Brasil, de Valter Hugo Mãe (2021)

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Este último livro de Valter Hugo Mãe conta a história de um guerreiro, Honra, que nasceu da violação de um branco à sua mãe indígena, no Brasil, e de toda a revolta e desejo de vingança de Honra. O grande problema de Honra prende-se muito com a não identificação do seu tom de pele, que é uma cicatriz que não tem cura.

Honra conhece depois o seu irmão gémeo Meio da Noite, que se torna o seu companheiro nesta luta de defesa do seu povo.

 

Gostei bastante do livro, no entanto a leitura não é simples, no início estava até perdida nas personagens, na história, mas continuando capítulo após capítulo consegue-se perceber todo o enredo. Aliás, penso que uma segunda leitura me faria perceber algumas pontas soltas. Vou deixar na estante para tal acontecer.

 

Classificação: 4/5 

 

A Mão De Deus (2021)

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Um filme auto-biográfico de Paolo Sorrentino, profundamente triste mas com imenso sentido de humor. 

Esta história tem como pano de fundo a transferência de Maradona para o Nápoles e retrata a loucura do protagonista Fabietto Schisa pelo jogador, da sua família doida mas unida, do amor dos seus pais e da ligação entre irmãos. 

Como disse, é uma história muito triste, onde os pais de Schisa morrem num acidente, e Schisa só não tem o mesmo destino por ficar em Nápoles para poder assistir a um jogo do seu ídolo Maradona. 

As minhas expectativas para este filme é que se tratava de uma ovação a Maradona, no entanto é muito mais que isso. É uma comédia numa história triste, é vontade de visitar Itália para aquelas vistas fantásticas, pelas praias que existem, é tentar perceber o que sente aquele jovem quando perder os pais, também perceber o seu amor ao futebol, e tantas outras coisas. 

Gostei muito deste filme, superou e nem senti pelo tempo passar. 

Recomendo! 

 

Classificação: 8/10

 

Debate Pela Liberdade (2007)

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Um filme baseado numa história real sobre um grupo de debates numa escola no Texas (Wiley College), organizado pelo professor Melvin Tolson. Trata-se de uma escola de negros, o que antecipa logo a quantidade de injustiças que se vai ver. 

Ao longo do filme, o grupo passa por vários debates com outras escolas, vencendo sempre, até chegar ao importante debate com a Harvard. 

O filme está muito bem contado, sente-se muita emoção transmitida pelos atores, mas o que me deixa sempre mais revoltada (e senti isso) são as injustiças sociais que os negros sentiram (e, volto a dizer, ainda sentem), desde a perseguição, a humilhação, a morte sem motivo aparente, entre muitos outros… 

Honestamente, estes temas deixam-me muito triste, não só por saber o que se passou como por ter quase a certeza que ainda se sente. 

 

É um filme muito bom, com uma excelente mensagem.

 

Classificação: 8/10

 

A Quinta Dos Animais, de George Orwell (1945)

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Mais uma clássico que tinha na lista para ler. A Quinta Dos Animais (que tem uma tradução anterior para O Triunfo dos Porcos) parece uma fábula mas de alegria tem muito pouco.

Este edição começa com uma nota do tradutor sobre a história que ai vem e explica-nos que o livro retrata o comunismo de Estaline, personificado nos animais de uma quinta. Conseguimos até perceber que uma dada personagem é a “encarnação” de Estaline.

Sabendo isto e passando à leitura, é de um revolta atroz o que ali é contado. A maneira como o povo (os animais menores) são tratados e a lavagem cerebral que é feita é demais. E a ascensão dos porcos, supostamente a raça melhor e mais esperta, é terrível.

De uma maneira simples, acho que este livro conta o comunismo de uma maneira básica, para qualquer um perceber o que se passou na Rússia, durante os tempos de campos de concentração, de fomes e pobreza extrema.

 

Aconselho a leitura, é um livro muito pequeno e fácil, e pode até ser lido por leitores mais graúdos!

 

Classificação: 5/5

 

Até Que A Vida Nos Separe (2021)

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Até Que A Vida Nos Separe é uma série de comédia / drama, produzida pela RTP, que estreou o ano passado, em 2021. 

Comecei por ver esta série porque tenho gostado bastante das séries produzidas pela RTP e esta série foi uma excelente surpresa. Conta a história de um casal com dois filhos, que têm um negócio e uma quinta de organização de casamentos. A ironia do destino é que o casal que vive do amor entre casais, sofre de problemas no seu próprio relacionamento. 

Mas o melhor da série é que tem imenso sentido de humor (excepto o penúltimo episódio, foi assim mais duro), não tem os melhores efeitos de sempre - sente-se a falta de dinheiro - mas tem uma excelente história. Todos os episódios há um casal novo que quer organizar um casamento, e cada história é mais engraçada que a anterior. 

Eu vi a série na RTP Play, mas entretanto vi que irá sair na Netflix também! A RTP Play é gratuita, portanto podem ver sem problemas. Vale a pena, recomendo a 100%. 

 

Classificação: 9/10

 

Crinkles de Chocolate, para deixar no elevador dos novos tempos

Esta semana um membro da minha família deu positivo. Apesar de estar tudo bem, está isolado e eu quis ir deixar um miminho. 

Tinha uma receita de bolachas que gostava muito de experimentar, chamadas crinkles de chocolate. São umas bolachas que prometiam ser meio mousse por dentro e crocantes por fora, portanto pareciam muito gostosas. 

E... são as melhores bolachas que alguma vez comi. A textura é perfeita, o sabor é perfeito (forte a chocolate, só dá mesmo para amantes), excelentes! Vou repetir esta receita algumas vezes. 

 

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Normalmente assumimos que as bolachas dão algum trabalho a ser moldadas, mas estas são até bastante simples! 

 

Ora aqui vai a receita:

 

Ingredientes:

  • 200 g de chocolate negro
  • 25 g de manteiga
  • 150 g de açúcar amarelo
  • 2 ovos
  • 50 g de farinha (sem fermento)
  • 1 c. chá de fermento
  • ½ c. chá de café solúvel
  • ½ c. chá de pasta/extrato de baunilha
  • 1 pitada de sal
  • Açúcar q.b.
  • Açúcar em pó q.b.

 

Modo de preparação:

  1. Numa taça, derreter o chocolate com a manteiga em banho maria ou no microondas. 
  2. Depois de derretido, juntar o açúcar e mexer. 
  3. Integrar depois os ovos.
  4. Por último, juntar a farinha, o fermento, o café, a baunilha e a pitada de sal.
  5. Levar ao frigorífico por pelo menos duas horas para se conseguir moldar as bolachas. 
  6. Depois das duas horas, preparar duas tigelas, uma com açúcar granulado e outra com açúcar em pó. Aproveitar também para pré-aquecer o forno a 180ºC. 
  7. Moldar bolas (mais ou menos todas do mesmo tamanho) e passar primeiro pelo açúcar granulado e depois pelo açúcar em pó e dispor num tabuleiro para ir ao forno com alguma distância. 
  8. Levar ao forno cerca de 10-15min até estar crocantes por fora mas ainda se sentir mole por dentro. 

 

Eu esperava que as bolachas achatassem, mas não foi o que aconteceu, ficaram mais "cheinhas". No entanto, acho que ficaram ainda melhores assim, porque são crocantes por fora, mas um boom de mousse por dentro. Deliciosas. 

Bom apetite! 

 

 

1Q84 (Livro 1 a 3), de Haruki Murakami (2009-2010)

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Um dos meus autores preferidos do momento é Haruki Murakami. Comecei por ler o “Kakfa à Beira Mar”, que me deu uma sensação de “não estou a perceber nada, mas não consigo parar de ler” e depois li mais uns quantos livros de Haruki.

Esta trilogia de 1Q84 foi a minha favorita dele. Quando terminei o terceiro, tive uma sensação de despedida das personagens e percebi que ia sentir “saudades” deles. 

O livro conta a história de Aomame e Tengo, que vivem histórias paralelas. Ela é professora de artes marciais e assassina nos tempos livres, e Tengo é um professor que deseja ser escritor. Aomame sente passar para um mundo paralelo e Tengo reescreve um romance, “A Crisálida de Ar”, originalmente escrito por uma adolescente. Duas histórias que parecem tão distantes, no entanto, completamente ligadas, neste mundo com duas luas. 

O que mais me cativou nestes livros foi quase acreditar neste mundo inventado por Haruki, parecendo mesmo real. E estar a torcer pelas personagens, pelo encontro de Aomame e Tengo, e para ambos perceberem o que se passa à sua volta. 

São livros completamente cativantes e garantidamente irei ler de novo. 

 

Classificação: 5/5

 

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