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Blog de partilha de opiniões de livros. E mais umas coisas...

Pastoral Americana, de Philip Roth (1997)

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Resumo:

Philip Roth aborda frequentemente a necessidade humana de demolir, desafiar, opor, separar.
Neste livro, contudo, foca-se no oposto: a necessidade de viver uma vida calma e normal.
Seymour «Sueco» Levov, um lendário atleta universitário, devotado homem de família, trabalhador esforçado e próspero herdeiro, envelhece na triunfante América do pós-guerra, vendo esfumar-se tudo o que ama quando o país começa a efervescer nos turbulentos anos 60.
Nem o mais tranquilo e bem-intencionado cidadão consegue escapar à vassourada da história, nem o Sueco pode permanecer para sempre na felicidade da amada e velha quinta em que vive com a sua bela mulher e a filha, que se torna uma revolucionária terrorista apostada em destruir o paraíso de seu pai. A inocência do Sueco Levov é varrida pelos tempos - como tudo o que foi criado pela sua família, através de gerações, deitado por terra na violenta explosão de uma bomba no seu bucólico quintal.

 

Opinião:

Foi um livro que me deixou indiferente. Não criei grande empatia com as personagens (nem mesmo com o Sueco) e achei que a história se repetiu muito. O livro está bastante bem escrito, a prosa é ótima, mas já não conseguia ler mais sobre luvas, nem sobre a bomba.

Também me senti desiludida porque esperava haver um maior retrato americano, mas não há grandes detalhes.

Vale pela escrita!

 

Classificação: 3 / 5

 

O Retorno, de Dulce Maria Cardoso (2013)

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Resumo
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1975, Luanda. A descolonização instiga ódios e guerras. Os brancos debandam e em poucos meses chegam a Portugal mais de meio milhão de pessoas. O processo revolucionário está no seu auge e os retornados são recebidos com desconfiança e hostilidade. Muitos nao têm para onde ir nem do que viver. Rui tem quinze anos e é um deles. 1975. Lisboa. Durante mais de um ano, Rui e a família vivem num quarto de um hotel de 5 estrelas a abarrotar de retornados — um improvável purgatório sem salvação garantida que se degrada de dia para dia. A adolescência torna-se uma espera assustada pela idade adulta: aprender o desespero e a raiva, reaprender o amor, inventar a esperança. África sempre presente mas cada vez mais longe.

 

Opinião:

Foi o primeiro livro que li da autora e descobri-o por recomendação da Bumba na Fofinha. Estava com algumas expectativas mas reticente.

Acabou por ser uma excelente surpresa! Adorei a escrita da autora, muito envolvente, e adorei a escolha do narrador - o Rui, o filho mais novo do casal retornado de Angola.

A visão das famílias retornadas, vista dele, é muito engraçada, triste em muitos momentos, a angústia de não saber o que aí vem, de não ter “terra”, ora não se sentem portugueses nem são angolanos, a saudade dos amigos e do pai, de quem nada sabem, é maravilho.

É uma escrita mais corrida, não há diálogos, tal como José Saramago, mas eu adoro as prosas assim. É um gosto mais pessoal.

 

Gostei mesmo muito deste livro, especialmente por ser uma visão que eu nunca tinha lido. Recomendo a todos!

 

Classificação: 5 / 5

 

Os Melhores Anos, de Kiley Reid (2019)

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Resumo:

Quando Emira Tucker, uma jovem mulher negra, é acusada de forma abusiva por um segurança de um supermercado de ser uma potencial raptora de Briar, a criança branca de dois anos que a acompanha e da qual é baby-sitter, o acontecimento precipita uma surpreendente cadeia de eventos.

Alix Chamberlain, a mãe da bebé, uma blogger feminista com boas intenções, decide-se a resolver o problema e a compensar Emira, aproximando-se dela o mais que consegue. Esta, contudo, numa fase atribulada de entrada na idade adulta, entre indecisões profissionais e sentimentais e prementes fragilidades financeiras, hesita perante os interesses de Alix.

Quando uma inesperada ligação entre as mulheres é estrondosamente revelada, tudo o que pensam a respeito uma da outra, tudo o que pensam a respeito delas próprias, dos mundos que habitam e das diferentes dinâmicas dos privilégios sociais, será dolorosamente colocado em causa.

Um livro sobre o sentido de família e o que significa crescer e ser adulto. Nada em Os Melhores Anos é o que parece ser. 

 

Opinião:

Mais uma opinião polémica, quase de certeza, mas… não gostei nada nada deste livro. Os diálogos são péssimos, com “tipos” pelo meio - e já percebi que o problema não é sequer da tradução - sem sumo nenhum. As intrigas nem sequer são intrigas realistas, não se consegue sentir paixão pelas personagens, nem pena, nem compreensão, nada. Apenas uma geração marcada pelas redes sociais e pela falta de dinheiro (e por não terem seguro de saúde logo à cabeça, inúmeras vezes repetido) e que sofre de racismo. A situação que desponta tudo isto - quando Emira é mal tratada no supermercado - tinha imenso potencial mas foi muito mal tratada. 

Não recomendo de todo - talvez, excepto, a adolescentes que não tenham qualquer hábito de leitura. 

 

Classificação: 1 / 5

 

A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón (2001)

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Resumo:

Numa manhã de 1945, um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona.

Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo o eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página.

 

Opinião:

Não gostei muito deste livro… Comecei a ler porque ouvi falar dele mais que uma vez no podcast da Mariana Alvim, o Vale a Pena, e tinha imensas expectativas. No entanto não gostei, custou-me imenso terminar o livro (ainda por cima é um livro grande). 

E não gostei porque o livro tanto é um romance como é um thriller e também porque as falas são todas demasiados apaixonantes, no mau sentido, quase como um Shakespeare que morre por amor. O problema penso que seja mesmo meu, que não gosto tanto deste tipo de romances, mas mesmo a parte de suspense não me convenceu… 

No entanto, não deixem de ler se já o têm na vossa lista, muito provavelmente a vossa opinião será contrária à minha (tal como se lê nos reviews do GoodReads). 

 

Classificação: 2 / 5

 

Auga Seca (2020)

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Resumo:

Paulo Duarte morre. Um aparente suicídio que não convence ninguém: nem à polícia nem à sua irmã Teresa, que decide deixar a sua vida em Lisboa para descobrir o que realmente se passou com o seu irmão. Teresa não se equivoca e a morte de Paulo esconde muito mais do que parece: uma rede de tráfico de armas liderada por Mauro Galdón, empresário de êxito e padrinho de Teresa.

 

Opinião:

Comecei a ver porque se tratava de mais uma série portuguesa, da RTP, que eu queria ver, mas desiludiu um bocadinho. A série é ok… Entretém um pouco, mas a segunda temporada já foi vista a ferros. Com uma temporada apenas (mesmo que com mais uns episódios para resolver o mistério) e teria sido muito melhor. 

Não acho que seja o melhor papel da Victória Guerra, que é uma excelente atriz, mas existem outras personagens muito interessantes. 

Não recomendo muito… 

 

Classificação: 6 / 10

 

Vidas Seguintes, de Abdulrazak Gurnah (2020)

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Resumo:

Após fugir da aldeia onde nasceu, numa região fustigada pela pobreza, pela fome e pela doença, o jovem Ilyas chega a uma pequena cidade costeira onde assiste a um desfile da Schutztruppe, a feroz «tropa de protecção» da África Oriental Alemã. Anos mais tarde, perante a iminência de uma grande guerra entre Britânicos e Alemães, que estalaria em Tanga, em 1914, Ilyas decide juntar-se a esse mesmo exército de mercenários africanos, prometendo à sua irmã mais nova voltar muito em breve. A promessa fica por cumprir, e o paradeiro desconhecido do irmão ensombra a vida de Afiya até que ela conhece Hamza, um desertor generoso e sonhador que conseguiu escapar aos horrores da guerra. Entre ambos nascerá uma história de amor improvável que ligará as duas famílias, e os continentes africano e europeu.

Entrelaçando história e ficção, Vidas Seguintes é um romance lúcido e trágico sobre África, o legado colonial e as atrocidades da guerra, bem como as infinitas contradições da natureza humana.

 

Opinião:

Este autor ganhou o Prémio Nobel da Literatura de 2021 e estava muito curiosa de ler este seu livro. Gostei muito, a história está muitíssimo bem contada, existe uma linha condutora e tudo faz sentido. As personagens são apaixonantes e em toda a leitura estava a torcer muito por elas. Uma coisa curiosa é que senti sempre que algo de mau ia acontecer depois, estava sempre ansiosa. É uma sensação curiosa, é sinal que estou mesmo a viver a história. 

Só não classifico com 5 estrelas porque acho que o final foi muito rápido, foi tudo muito empurrado para as últimas páginas.

Recomendo muito! 

 

Classificação: 4 / 5

 

Munique À Beira De Guerra (2021)

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Resumo:

No outono de 1938, o funcionário público Hugh Legat acompanha o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain a Munique numa tentativa desesperada de intermediar a paz com o líder alemão Adolf Hitler. Uma vez lá, Legat encontra o seu velho amigo Paul von Hartmann, um diplomata alemão que tem em sua posse um documento sinalizando a verdadeira intenção de Hitler: uma guerra de conquista em toda a Europa. Tendo por vista as negociações frenéticas na Conferência de Munique, Hugh e Paul conspiram para evitar um conflito aterrorizante.

 

Opinião:

Tendo em conta a altura que estamos a viver (invasão da Rússia à Ucrânia), não é o filme que mais alivia a nossa aflição. No entanto, achei que seria um bom filme, disponível no Netflix, e optei por ver. 

O filme é excelente, gostei imenso dos actores principais, George MacKay e Jannis Niewöhner, estiveram muito bem. A história também é muito boa, puxa bastante para ver e é muito interessante de ver estas negociações entre Inglaterra e Alemanha. 

Interessante também de perceber o que vai na mente de Hitler quando decide começar por invadir a Checoslováquia que, esperando não estar a dizer grande baboseira, deve ser a mesma mentalidade do Putin… 

É mais um bom filme para perceber o início da Segunda Guerra Mundial, recomendo. 

 

Classificação:  8 / 10

 

Cheesecake de Abóbora, para um lanche em família

No fim de semana passado tive um lanche de família e quis fazer um doce para levar. Tinha aqui um doce de abóbora que queria usar, então procurei uma receita e encontrei um cheesecake de abóbora, com alguma diferença do habitual. 

Fui comprar todos os ingredientes e mão à obra. Ficou ótimo, tem um toque a laranja que lhe dá um toque diferente. Um dos elogios que recebeu é que era uma sobremesa "requintada". Fiquei com o ego em alta! 

Mas passemos à receita para vocês perceberem o quão bom este cheesecake é!

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Ingredientes para a base:

  • 200g de bolachas digestivas
  • 100g de manteiga derretida

 

Modo de preparação:

  1. Triturar as bolachas digestivas num processador. 
  2. Adicionar a manteiga derretida. 
  3. Dispor numa forma com fundo amovível, acalcando e levar ao frigorífico enquanto fazemos o resto do cheesecake. 

 

Ingredientes para o creme:

  • 100g de queijo fresco creme (tipo Philadelphia) 
  • 150g de requeijão (usei de vaca)
  • 1 lata de leite condensado
  • 6 folhas de gelatina
  • Raspa de 1/2 laranja

 

Modo de preparação:

  1. Demolhe as folhas de gelatina em água fria. 
  2. Numa taça coloque o queijo creme, o requeijão, o leite condensado e a raspa da laranja. Misture tudo. 
  3. Dissolva as folhas de gelatina escorridas com um pouco de água a ferver e depois adicione à mistura anterior, mexendo rapidamente para não haver choque de temperatura.
  4. Depois de turdo misturado, verta o preparado na forma. 
  5. Leve ao frigorífico pelo menos 6 horas. 

 

Por último, quando estiver bem solidificado e perto da hora de servir, adicione o doce de abóbora (à sua preferência) e... desfrute!

Bom apetite! 

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol, de Haruki Murakami (1992)

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Resumo:

Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa «início». Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a colecção de discos do pai dela, sobretudo «South of the Border, West of the Sun», tema de Nat King Cole que dá título ao romance.

Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco.

 

Opinião:

Eu sou uma fã de Haruki Murakami! Ainda não houve um único livro que eu não gostasse dele, e já li alguns. 

Este livro não foi excepção. É um livro pequenino (li num dia), mas é uma história bonita, feita de bonitas coincidências. Existe um mote da Catarina Beato (blogger) que diz “A Vida Resolve-se Sozinha” e acho que neste livro se aplica a 100%. Hajime é confrontrado com o passado, mas as coisas vão-se resolvido e enlaçando como deve ser. 

Gosto muito que Haruki meta sempre um pouco da sua vida pessoal nos livros, neste caso os bares de Jazz, e também que repita cenas que aconteceram noutros livros. Gosto destas ligações que faz. 

Haruki é um gosto, é um mundo que não vivemos, mas que acreditamos fazer parte. 

Vale muito a pena. 

 

Classificação: 5 / 5

 

The Darjeeling Limited (2007)

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Resumo:

Três irmãos que não se falam desde a morte do pai decidem fazer uma viagem de comboio que atravessa a Índia para recuperarem os laços familiares quebrados e se reencontrarem. Mas a "busca espiritual" de Francis, Peter e Jack vai descarrilar rapidamente e eles vão parar ao meio do deserto, com onze malas e uma série de contas a ajustar com a vida. Neste país onde não conhecem nada, começa então uma outra viagem, preenchida com ricos imprevistos, uma verdadeira odisseia, que trará de volta a amizade e a fraternidade... ou talvez não.

 

Opinião:

Optei por ver este filme por ser uma comédia e, no meio deste cenário de guerra na Europa, era bom para desanuviar. A premissa do filme parecia boa, a classificação no IMDB também, portanto teria tudo para dar bem.

No entanto, não gostei muito do filme. A história é confusa e maçadora, andam sempre à roda do mesmo e não acho que o filme tenha ritmo. É muito fácil de dispersar do filme, não me colou ao ecrã. Nem mesmo imagens bonitas da Índia tinha… 

Não valeu muito a pena…

 

Classificação: 4 / 10