O livro de hoje é mais uma recomendação da Rita da Nova, do podcast do Livra-te. A Rita diz que amou o livro, as classificação no GoodReads são muito boas, e eu lancei-me mal ele foi traduzido. Trata-se do primeiro livro do escritor Tomasz Jedrowski, Nadar no Escuro. 

Confesso que as minhas expectativas iam muito altas, mas o que é certo é que não desiludiu. Não posso dizer que tenha sido dos meus livros favoritos de sempre, mas foi um dos melhores, pelo menos do ano. No entanto, uma coisa interessante, é que acho que o sítio onde o li, o momento, não foi o melhor. Este livro pede calma, pede sossego, e eu li na praia. Não é, de todo, livro de praia! 

De resto, a história é fabulosa. Adorei perceber como se vivia na Polónia no Pós-Guerra, nos anos 80. Não sabia, de todo, que se vivia num género de ditadura, com censura, com inflações nos preços da comida na ordem dos 70-80% do dia para a noite, e, claro, com o pavor de um homossexual ser apanhado. E a personagem principal é homossexual, vive na luta de conseguir um doutoramento, apenas pelo seu próprio pé e não com ajuda de terceiros (o que não é simples naqueles tempos), e sem ser apanhado. 

A luta que vive, a luta interna, a luta de parecer ser o que não é, é excepcional, está muito bem contada mesmo. E a escrita é muito boa também! 

Recomendo sem dúvida!

Classificação:  5 / 5

Eu adoro a escrita e os livros de Joël Dicker portanto, mal vi que ia sair um novo, comprei logo, ainda em pré-venda. E mal chegou a casa e terminei o livro que estava a ler, passei logo para o livro dele: O Caso Alaska Sanders. 

Este livro é com a mesma personagem de outros dois livros anteriores, A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert e O Livro dos Baltimore, o Marcus Goldman, mas a história é independente. Aliás, uma coisa muito engraçada que o Joël Dicker faz é falar com os leitores, relembrando partes das histórias anteriores, mas sem revelar demasiado. 

Este novo livro não desiludiu! Para quem não sabe, os livros de Joël Dicker são sempre somos assassínios e de descobrir quem foi o autor do crime. E ele sabe escrever, sabe como puxar o leitor, sabe os truques todos, como os capítulos abertos. O enredo é muito bem construído, nunca conseguimos perceber o verdadeiro assassino. E vamos sempre tendo imensas revelações durante as 700 páginas (não se assustem, lê-se muito bem) e vale muito a pena. 

Só deixo um comentário à editora: não há necessidade de letras tão grandes e margens tão largas... O consumo de papel deste livro é um exagero, e depois é também muito pesado. Podem reduzir, à vontade, cerca de 200 páginas.

Acho que é uma excelente leitura de Verão, para ler na praia, com tempo! 

Classificação: 5 / 5

Hoje falo de mais um livro apenas em inglês (infelizmente não tem tradução) e também sugerido pra minha irmã: The Last in the Telegraph Club, de Malinda Lo.

A minha irmã ainda não tinha lido este livro (fui cobaia, portanto) e honestamente não achei muita graça à sinopse, mas tinha excelente review no Goodreads, então arrisquei.

E o que é certo é que amei o livro! A história é brutal, sobre três temas dos quais não tinha lido muito: chineses na América do Norte, no pós guerra (1954-1955) e homossexualidade nessa altura.

Both books gave me glimpses into Asian American history that has too often fallen through the cracks, and I wondered what life might have been like for a queer Asian American girl who dreamed of rocket ships, growing up in the 1950s.

Adorei qualquer um dos temas, adorei a dificuldade que a Lily teve a perceber o que sentia em relação às mulheres (e quase o nojo que sentia a aproximar-se de um homem), do crime que estava ao cometer a aproximar-se de uma mulher, ao ir ao Telegraph Club - clube mulheres imitadores de homens, o que seria hoje um drag club - e o risco que havia do seu pai poder ser deportado.

Foi mesmo uma agradável surpresa, adorei o livro.

Para quem tem receio de se lançar num livro em inglês, este é bastante simples.

Recomendo muito!

Classificação: 5 / 5

Hoje trago mais um livro recomendado pelos podcast que ouço (Vale a Pena e Livra-te), o único livro da escritora Gail Honeyman: A Educação de Eleanor. 

As minhas expectativas iam altas, mas não estava à espera disto... Fiquei pegada desde a primeira página e mandei o maior "O QUÊ?" nas últimas páginas do livro. Não me lembro do último livro que me causou isto. E, pior, já era tarde quando terminei o livro e fiquei mais uma hora a pensar nele, a ler outras reviews, a ler mais passagens do livro. Como eu gosto de dizer, fiquei "derreada" e tive de fazer o meu luto do livro. 

O livro é fantástico, é impossível não sentir empatia pela Eleanor, não querer ser amiga dela. Aliás, eu não percebo como é esta escritora, a Gail Honeyman, que tem um trabalho para além da escrita, não o deixa para isto! Eu preciso de mais livro da Gail. Felizmente percebi que vai editar mais um, que ainda não tem título nem sinopse, mas que eu já adicionei ao TBR. 

Outra coisa muito curiosa é a tradução do título de Inglês para Português. O original é Eleanor Oliphant Is Completely Fine, o que faz muito mas muito mais sentido do que a tradução portuguesa. 

Se não têm este livro nas vossas listas, adicionem, porque vale muito a pena! 

Classificação: 5 / 5

E hoje trago um livro que tem um hype imenso, devido à sua reedição: O Canto de Aquiles, Madeline Miller.

Para quem não conhece, este livro remonta sobre os gregos e troianos, em concreto sobre Aquiles, o melhor dos gregos. E especialmente sobre a sua relação com Pátroclo, sempre conhecido apenas como amigo de Aquiles mas que pode ter sido algo mais. 

Este não é, de todo, o meu tipo de livros, não sou fã de mitologia grega (ou romana), mas estava com curiosidade em relação a este. Claramente é um livro muito bom, com um enorme fundo de pesquisa, mas acho que não vale toda a loucura à volta dele. Mas entretei bastante, li num ápice. 

É um bom livro de Verão!

Classificação:  4 / 5

Hoje trago um dos livros do Clube do Livra-te de Junho: Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, de Benjamin Alire Sáenz.

A capa do livro, tem de ser dito, é linda! Óbvio que isso não conta, mas é um ponto a seu favor. De resto, confesso que não tinha grandes expectativas: é young adult e a sinopse não promete nada de especial. Mas a pontuação é muito boa, então resolvi arriscar. 

E adorei o livro! É um livro muito amoroso, as persosagens são fantásticas. Os diálogos são curtos e certeiros, sem grandes elaborações, sem adição de "bengalas" como os tipos, tão normais nos adolescentes, e a história é realmente muito querida. 

Obviamente não há grandes surpresas ao longo de todo o erredo, mas o livro é mais que isso. É mesmo interessante de perceber como é que um adoslecente cresce a aprender sobre si, sobre o seu corpo, sobre o que acha que gosta e o que realmente gosta. 

Recomendo muito este livro!

Descobri entretanto que existe uma continuação, mas apenas em Inglês ainda: Aristotle and Dante Dive into the Waters of the World. Já o tenho e óbvio que vou ler, depois dou feedback! 

Classificação: 5 / 5

Hoje trago um livro de não ficção, de Michelle Zauner: Crying in H Mart.

Este livro foi escrito na primeira pessoa e fala da doença e morte da mãe de Michelle, que infelizmente teve um cancro fatal. No entanto, e apesar de ser um livro muito triste, tenta falar das melhores memórias que Michelle tem da sua mãe, especialmente da comida. 

A mãe de Michelle é coreana e a Michelle é meio-coreana (o pai é americano), portanto toda a sua vida comeu pratos típicos desse país. Neste livro, existe muito detalhe das comidas, ingredientes, modo de fazer, texturas e honestamente acho que vale a pena, de vez em quando, ir ao Google ver como são mesmo os pratos, porque os nomes são realmente muito estranhos para nós. 

No entanto houve alguns capítulos que tive dificuldade em continuar, que tive de parar um pouco. Michelle acaba por contar a parte final da vida da mãe e esses momentos são muito duros, a mãe acabou por sofrer bastante e custa muito ler... Especialmente porque foi tudo real e, infelizmente, não só para a mãe dela mas para muitas pessoas. 

Mas é um livro bonito, o amor que ela sente pela mãe é muito generoso e angústia toda durante o processo também. 

Recomendo para quem tenha coragem...

Classificação: 4,5 / 5

Hoje trago um livro que está com muito hype, da Taylor Jenkins Reid: Daisy Jones and the Six.

Eu estava com muitas expectativas com este livro, adorei os Sete Maridos de Evelyn Hugo (falado aqui), tinha uma excelente classificação no GoodReads e fui lançada.

Mal abri o livro percebi que se tratava de uma transcrição de entrevista (tudo ficção). Andei uns capítulos mais para a frente e percebi que TODO o livro ia ser assim.

Foi uma total desilusão… História clichê de uma banda rock and roll, sem narrativa, com algum fluxo mas perdido neste formato.

A Taylor já mostrou que sabe escrever em prosa normal e o livro teria sido muito mais interessante dessa maneira…

Desiludiu muito…

Classificação: 2 / 5

Hoje trago mais um livro de Afonso Cruz: O Pintor Debaixo do Lava-Loiças.

Eu adoro Afonso Cruz e este livro não foi excepção. Li este livro em duas horas, numa noite. É impossível parar. E as próprias ilustrações são lindas (ou não fosse Afonso Cruz também um ilustrador).

A última página de um livro era a primeira do seguinte.

Novamente, adoro a beleza da escrita de Afonso. Este história em concreto é bela, triste mas bela.

Não está provado que o dia de amanhã seja sempre o seguimento do dia de hoje.

E a maneira como se desenvolve, é muito bonita, e não muito expectável honestamente. 

E comecei o livro a achar que o Pintor Debaixo do Lava-Loiças era apenas uma metáfora. Tão enganada que estava…

Vale muito a pena ler! E, atenção, o livro é real, o que ainda torna tudo mais bonito. 

Para mim, um baloiço era um sinónimo de felicidade. Um motor, uma máquina de fazer sorrir. Mas, de repente, como todas as máquinas, deixou de trabalhar. O baloiço enferrujou e acabou por desaparecer do meu mundo, como acontece à felicidade.

Classificação: 5 / 5 

Hoje trago um livro muito diferente do género que costumo ler: A Troca, de Beth O’Leary.

Trata-se de um romance e, portanto, não é bem a minha onda, mas tinha sido clube da leitura do Livra-te de Janeiro e tinha na minha lista do TBR (e, portanto, o episódio estava pendente). Também tinha excelentes classificações no GoodReads e a premissa parecia interessante: neta e avó trocam de vidas.

Mas infelizmente não gostei muito… Claramente não é o meu género - eu leio alguns romances, mas têm de ter algo de ficção ou thriller - mas mesmo assim achei demasiado clichê. Tudo muito expectável, tudo muito perfeito, sempre muito previsível.

A história é interessante, a escrita não é má, mas senti que foi um bocadinho perca de tempo…

Recomendo para quem gostar deste tipo de livros.

Classificação: 3 / 5