Eliete, de Dulce Maria Cardoso (2018)
Hoje falo de um livro que já tinha na minha lista de TBR há demasiado tempo, à espera que saísse a segunda parte, mas não aguentei mais. Trata-se de um livro de Dulce Maria Cardoso, Eliete.
E que livro... A Eliete passou para a prateleira dos favoritos, sem sombra de dúvidas. Um livro que fala da vida normal, de um casal que tem os seus problemas, especialmente a falta de comunicação. Neste livro, a Eliete e nós somos confrontados com a monotonia da vida.
Senti que este livro também era um grito para as mulheres, para mostrar que somos capazes de tudo e que podemos tudo, tal como os homens. Fala muito da questão da sexualidade, das mulheres não puderem gostar de sexo, e achei brutal.
Uma mulher que gostasse de foder era uma puta. Eu seria uma puta, como a Milena o fora quando começou a ser bem-sucedida enquanto advogada. As mulheres decentes não gostavam de sexo, as mulheres decentes não eram bem-sucedidas nos cargos destinados aos homens, as mulheres não estavam biologicamente programadas para serem bem-sucedidas nos cargos destinados aos homens e por isso o poder a que certas mulheres acediam resultava de se terem sacrificado sexualmente, as mulheres não estavam biologicamente programadas para gostarem de sexo. Logo que começou a ganhar poder, a Milena passou a ser, para os colegas, a Lewinsky, passou a ser uma puta, Quero que eles e a maldadezinha deles se fodam, dizia ela, subindo cada vez mais alto por entre a vozearia, como os foguetes das Festas do Mar.
Li o livro num ápice, não conseguia parar de ler, fiquei hipnotizada com a história da Eliete, do seu Jorge, da sua Márcia e Inês, da sua mamã e da sua avó.
Este livro terá segunda parte, no entanto a Dulce Maria Cardoso disse que o publicaria em 2019, mas nada ainda. Aguardarei, muito ansiosa!
Classificação: 5 / 5