Hoje trago o novo livro de Charmaine Wilkerson: Bolo Negro.

Este livro fala da história de dois irmãos, Byron e Benedetta, que não se veem há oito anos, mas a súbita morte da mãe obriga-os a sentarem-se finalmente à mesma mesa.

Eu tinha grandes expectativas para este livro, mas infelizmente acabou por ser muito repetitivo. A escritora contou as mesmas coisas vezes e vezes sem conta e deixou de ter qualquer surpresa. Mesmo quando surgia algo novo e "inesperado", já a escritora tinha deixado todas as dicas anteriormente. 

Claro, sendo um livro sobre raça, é sempre muito interessante de aprender um pouco mais e "abrir olhos", mas a escrita deixou-me muito triste... 

Não me aqueceu nem arrefeceu... 

Classificação:  3 / 5 

Hoje trago mais um livro do clube de leitura do Livra-te, da escritora Jessamine Chan: The School for Good Mothers (em Português, Escola para Boas Mães). 

A premissa do livro é sobre uma mãe solteira, Frida, que por cansaço, deixa a sua filha sozinha em casa por duas horas. Nesta distopia, o estado consegue controlar as mães e portanto retirou-lhe a filha. Frida vê-se depois obrigada a ir para uma escola, para aprender a ser boa mãe.

Ora, o livro acabou por ser uma boa surpresa, não esperava gostar tanto. Quer dizer, gostar talvez não seja o termo certo, porque me deixou com muita raiva. Mas isso demonstra o quão poderoso o livro está.

Eu não sou mãe mas quero ser e este livro deixou-me a pensar se eu serei boa mãe mas, por outro lado, fez-me pensar que nada melhor do que seguir os nossos instintos. A mãe e o pai sabem sempre o que é melhor para os filhos. Em igual modo. 

Gostei bastante e recomendo. Peço só que não vão com expectativas altas porque obviamente não é A História de uma Serva, de Margaret Atwood. 

Classificação: 5 / 5

E hoje trago um livro que ansiava ler, que apesar de ter sido escrito em 2015, ainda não estava traduzido até Outubro de 2022, e, sendo um livro de 688 páginas, eu não me queria arriscar em Inglês. Trata-se do livro de Hanya Yanagihara, Uma Pequena Vida (ou, em Inglês, A Little Life). 

Este livro fala da vida de 4 amigos, Jude, Willem, Malcom e JB, focando-se principalmente na vida de Jude. Ora, Jude passou uma infância e adolescência muito dura, do pior que possamos imaginar. Sinto que, para não arruinar a experiência do livro, não me devo alongar mais que isto. 

O que tenho a dizer é que é um livro muito muito triste, que quando achamos que tudo vai ficar bem, já sabemos à piori que algo mau aí vem. Mexeu muito com os meus sentimentos, chorei durante a uma leitura (algo que me aconteceu apenas uma vez antes) e, apesar de perceber que há um claro exagero da realidade e que é impossível tanta coisa má acontecer a uma pessoa só, está fantástico. O meu único conselho é terem noção que se trata de ficção. 

Não aconselho a quem não goste de livros tristes, mas de resto, vão que é maravilhoso. E não se assustem pelo número de páginas, que vai passar a correr. 

Foi para a prateleira dos meus favoritos!

Classificação: 5 / 5 

Hoje trago o livro vencedor do Booker Prize de 2022, do escritor Shehan Karunatilaka: The Seven Moons of Maali Almeida. Actualmente ainda só existe a versão inglesa, mas o Clube do Autor anunciou o ano passado que iria publicar a versão portuguesa. 

Este livro fala sobre um fotografo, Maali Almeida, que acorda morto e que tem 7 luas para descobrir quem o matou. 

Infelizmente eu não gostei do livro... Ou melhor, não gostei nem deixar de gostar. O livro foi muito confuso, não consegui perceber o que era magia do que era real, não consegui perceber quando havia referências ao passado e ao presente, quando relatava situações em que o Maali estava vivo ou que ele estava morto a tentar comunicar com os vivos. 

Foi um livro muito estranho, que eu tive de pesquisar bastante para tentar perceber alguma coisa, mas, mesmo assim, senti que não me serviu de nada. 

Como não acho que seja um livro mau, de todo, mas como também não me fez diferença ler, a classificação vai para o meio. 

Classificação: 3 / 5

Hoje trago um livro que estava na minha lista de TBR há algum tempo e que sabia que não me ia desiludir. Trata-se do livro do autor e poeta Ocean Vuong: Na Terra Somos Brevemente Magníficos.

Este livro belíssimo é uma carta de um filho à mãe que não sabe ler. Fala sobre a emigração de uma família vinda do Vietname, da vida de uma mãe solteira, e especialmente de muito sofrimento associado a raça, masculinidade, e muitos outros. 

Foi um livro que não me surpreendeu apenas porque eu ia com muitas expectativas. Adorei a escrita (apesar de ter lido traduzido para Português e, portanto, não o original), adorei os sentimentos transparecidos, adorei inclusivé as meias palavras. 

É um livro curto, que li num ápice, mas que vai para a minha prateleira dos "a voltar a ler". 

Recomendo muito!

Classificação: 5 / 5

Hoje trago um livro de não-ficção, da escritora Sonia Purnell: Uma Mulher Sem Importância.

Este livro relata o importante papel de Virginia Hall, na Segunda Guerra Mundial. Virginia fazia parte dos Aliados e estabeleceu uma rede de espiões em França, tendo sido uma das pessoas mais procuradas pela Gestapo. No entanto, a sua história esteve esquecida ao longo de muitos anos, por, quase certamente, ser mulher. 

E foi exactamente este último ponto que tornou este livro tão interessante. Revoltou-me que a Virgínia, apenas por ser mulher, nunca teve as oportunidade de carreira que merecia. E nem falo dos prémios a que não teve direito após a guerra, falo mesmo de progressão de carreira mais tarde, de posição dentro da CIA, de salários, etc. 

Custa-me também perceber que hoje em dia ainda temos tanto para fazer e melhorar. As mulheres ainda continuam a ser consideradas umas "chatas" (peço desculpa pela falta de outro termo melhor) e não somos levadas tão a sério como os homens. Este livro, apesar de relatar acontecimentos do século passado, ainda é muito muito actual. 

Recomendo muito! 

Classificação: 5 / 5

Hoje trago um livro que li no book club da empresa onde trabalho e que deu alguma discussão. Trata-se do livro de Stuart Turton: As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle.

O livro é um thriller sobre a morte de um membro da família Hardcastle, Evelyn. Para resolver o seu assassinato, o convidado Aiden Bishop terá de reviver o dia várias vezes, no corpo de vários convidados, até o resolver. 

Eu fui com algumas expectativas para este livro, até porque eu gosto de um bom thriller. No entanto desiludiu-me bastante... Apesar de ter uma lista de personagens no início do livro, foi muito muito confuso, andei bastante perdida, e penso que no fim quase que não entendi nada... Talvez lendo uma segunda vez perceberia melhor mas, honestamente, não tenho coragem para me meter nestas 528 páginas de novo. 

Penso que não recomendaria. 

Classificação: 3 / 5 

Hoje trago um livro que comprei mal saiu em Português e do qual tinha muitas expectativas. Trata-se do O Livro da Forma e do Vazio, de Ruth Ozeki. Este livor ganhou o prémio de Women's Prize for Fiction o ano passado (2022). 

Este livro fala de um menino de 13 anos, Benny, que começa a ouvir os objectos a falar consigo depois do pai morrer. Ou seja, é um livro muito muito centrado na saúde mental. 

Eu ia com muitas expectativas para este livro e acho que esse é que foi o problema. Apesar de abordar temas da saúde mental, acaba por ser mais um livro de realismo mágico. A abordagem é interessante, como diz o Raminhos, "somos todos malucos", mas acho que o livro acaba por deixar passar a normalização da saúde mental e a necessidade de falar dela e deixa que Benny seja mais visto como um "maluquinho" e que apenas tem amigos imaginários. 

É, até, um livro bastante levezinho, e é adequado para idades mais novas. 

Classificação: 3,5 / 5

E, por fim, trago o terceiro livro da triologia do Fredrik Backman, Beartown. Já falei do primeiro, Beartown, e do segundo, Us Against You. Hoje falo do The Winners. 

Este livro começa dois anos após o término do anterior e muito mudou, mas a necessidade de compreender como viver em comunidade dentro de Beartown mantém-se. 

Novamente, e como todos os livros de Backman, o sentimento de amizade e família é muito presente. O amor é sempre o tema dos livros, e é isso que é enternecedor. Gostei, como gosto de todos os livros dele, no entanto achei que talvez fosse um bocadinho longo de mais, ou melhor, repetitivo. Eu adoro livros grandes (e neste caso falamos de um livro com 673 páginas), mas essas páginas têm de ser justificadas e não apenas para fazer número. 

Apesar disso, claro que recomendo, especialmente toda a triologia. São livros muito amorosos, um alívio nesta vida de tanto ódio entre seres humanos. 

Classificação: 4 / 5 

Hoje trago mais um livro sugerido pelo Clube do Livra-te. Trata-se de um livro de Yaa Gyasi: Transcendent Kingdom (traduzido em português para "Reino Transcendente"). 

Este livro relata a história de Gifty que sofreu várias perdas na sua vida: o pai que os abandonou, o irmão que viveu no mundo da toxicodependência e a mãe que nunca mais foi a mesma depois de todos estes momentos marcantes. Gifty, no momento presente do livro, está a tirar o doutoramento em Neurociências. 

Gostei muito muito do livro, da escrita (que eu ia com receio por ser em Inglês, mas foi uma excelente decisão), que é crua, dos flashbacks ao passado, sem nunca se tornar confuso, de entender o mundo onde o irmão se meteu e de como Gifty se foi apercebendo do que se passava, é tudo maravilhoso. 

Deixou-me com muita vontade de ler o primeiro livro da autora, o Rumo a Casa (Homegoing em Inglês).

Classificação: 5 / 5